Celly o levou até uma grande pedra que tinha e o colocou embaixo
dela. Celly tinha que ajudar os outros a acabarem com os bandidos. O presidente
ficou ali, esperando.
Alguns minutos depois, os tiros cessaram. A maioria dos bandidos estava
morta, alguns se entregaram e outros tentaram fugir, mas foram pegos pelas
minas.
Celly foi até o presidente e o levou são e salvo até
a casa de campo, onde o general os esperava. O presidente foi colocado
em um carro blindado.
O ministro agradeceu o trabalho deles e fez um pequeno discurso ( URGHHHHHHHH) para eles. Nenhum deles prestou atenção no que ele dizia. Eles apenas olhavam para o longe, na esperança que Val aparecesse.
Depois de dar a ordem para Celly, Val tirou o colete e o deixou na porta
da passagem. Sabia que não tinham um colete para o presidente, assim
ele estaria protegido. Se levantou e sua perna doeu. Ela olhou para o ferimento
e colocou a lanterna. Havia sido um belo tiro. Ela sabia que tinha que
ser rápida na captura. Não agüentaria muito tempo com
aquela perna. Lisa sabia disso e também sabia que Val não
poderia ir muito rápido.
Val olhou para trás, estava tudo correndo bem. Depois saiu em direção
à mata, atrás de Lisa. Lisa corria rápido e Val não
conseguia a acompanhar.
Val não conseguia mais caminhar. Com muito esforço, subiu
em uma árvore, sabia que Lisa ia vir atrás dela, enquanto
ela esperava, tentava conseguir forças.
Lisa olhou para trás e não viu Val. sorriu. Sabia que ela
devia estar desprotegida encostada em alguma árvore. Foi atrás
dela.
Val pegou um canivete e olhou para a perna. De cima da árvore, ela
não poderia fazer nada. Desceu e encontrou uma pedra, onde se escondeu
no vão dela. Acendeu a lanterna e olhou com mais cuidado a perna.
Estava sangrando bastante, a bala devia ter acertado uma veia. Se continuasse
perdendo sangue desse jeito, ela talvez não agüentasse até
o final da noite.
Pegou e rasgou a calça logo acima do ferimento.
Val pegou dois gravetos e o pedaço da calça que cortou e
fez um torniquete. �Merda isso realmente dói!
�, ela pensava. Mesmo assim o sangue ainda jorrava, ela pegou o canivete
e introduziu no ferimento. A dor correu sua perna inteira e ela quase gritou.
Pegou um outro graveto e colocou entre os dentes. Novamente colocou o canivete
no ferimento, colocou a lanterna em cima. Não havia sido um tiro,
eram dois e no mesmo lugar. �filha da puta! Que mira! �. ela pensava. Ela
percebeu que não poderia tirar as duas balas. Somente uma. Ela pegou
e com cuidado, usou o canivete como alavanca . uma das balas saiu. A outra
ela não podia tirar. Como pensara, a bala tinha pego uma veia. Se
ela a tirasse, ia morrer em poucos minutos de hemorragia.
Pegou o cantil e jogou um pouco de água para limpar o ferimento.
Parecia que estava queimando. Val mordeu com mais força o graveto
e o partiu em 3 pedaços. Escutou um barulho. Sabia que era Lisa.
Val não podia se mexer, a perna doía.
E Lisa estava logo à sua frente, por sorte ela não vira a
luz da lanterna, que havia sido ocultada pela pedra. Val colocou o óculos
infravermelho. Agora podia ver exatamente onde Lisa estava. O problema
é que Lisa também tinha um. Val sabia que só teria
uma chance de atirar. Se Lisa a visse ou se Val errasse, Val morreria.
Val mirou e atirou. Por um azar, Lisa se mexeu e não a acertou.
Lisa olhou para a pedra e mirou. Val fechou os olhos e esperou. As balas
de Lisa haviam acabado. Val pegou a arma e rapidamente começou a
atirar. Não conseguia mirar, pois sua vista estava turva.
Havia perdido mais sangue do que pensara.
Val escutou um baque no chão. Com o óculos, pôde perceber
que era Lisa. Val tentou, mas não conseguiu se levantar. A dor era
muita. Ela se arrastou até Lisa. Quando ela chegou perto, levou
um tiro. Lisa ainda estava viva. E ainda podia atirar.
A dor se espalhou pelo seu corpo. Havia sido no ombro, na mão direita,
onde Val melhor atirava. Val passou a arma para a mão esquerda e
mesmo sem nenhuma mira, começou a atirar. Com esforço, conseguiu
ficar de joelhos, numa altura suficiente para mirar a cabeça. Val
atirou, fez questão de atirar até ficar sem munição.
Quando terminou o rosto dela era apenas uma massa pastosa e sanguinolenta
de ossos, carne e cérebro destruídos.
Val respirou aliviada. Havia sobrevivido à lisa, mas não
sabia se iria sobreviver até chegar a casa. Com o outro ferimento,
Val ficara mais incapacitada e estava perdendo mais sangue.
Val se encostou em um tronco de árvore, tentando recompor as suas
energias, mas não conseguia. Ela se levantou, reunindo suas forças
e caminhou quase 200 metros, depois caiu ao chão, sem forças.
Ela notou logo à sua frente uma mina, que ela tinha demarcado. Ao
lado da mina, havia um corpo. Ela pegou uma corda que tinha, e amarrou
ao corpo. Ela se arrastou até à uma distância segura
da mina e foi puxando o corpo aos poucos, de acordo com o que conseguia.
Deve ter demorado uns 45 minutos até que a mina explodisse. Ela
rezou para que alguém escutasse e viesse pegá-la.
Celly estava enrolada em um cobertor e olhava para onde ela esperava que Val aparecesse. Brendan a abraçou pelas costas.
Nesse instante, ouviram uma explosão. Eles se entreolharam